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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

“Imagine nós dois, eu e você, daqui a alguns anos, morando juntos. Não precisaríamos ser namorados, nem casados, nem nada disso. Apenas amigos. E nós seríamos felizes, eu e você. Fotos de nós dois estariam espalhadas pela casa. Fotos suas no meu quarto, fotos minhas no seu quarto. Mas nós dormiríamos juntos pelo simples fato de eu te querer por perto, e você me querer também. Pelo simples fato do 
seu quarto estar bagunçado e a minha cama ser perfeita para nós dois. Você teria medo do escuro, sem mim. E você andaria apenas com roupas íntimas, e eu nem me importaria. Você fugiria de mim, correndo pela casa, rindo com o controle da televisão, só para eu não mudar o canal. E eu te pegaria, e ficaríamos abraçados até o silêncio nos constranger. Nossos sábados a noite seriam nostálgicos, olharíamos todos tipos de filmes, atiraríamos pipocas um no outro e depois, pediríamos uma pizza. Nostálgicos e perfeitos, porque depois dormiríamos abraçados no sofá da sala, ao som da melodia dos créditos de um filme de romance em que você choraria do começo ao fim e eu riria. Iríamos ao supermercado uma vez por mês, comprar as mais diversas porcarias. E não nos faltaria nada. Eu não me importaria com as suas roupas espalhadas pelo nosso apartamento e meu quarto. Você não se importaria com a minha bagunça diária, nem com a minha toalha de banho atirada pelos cantos. Nos domingos à tarde, ficaríamos na sacada do nosso apartamentinho no 3º andar, tomando coca, eu tocando suas músicas favoritas e antigas e nós dois cantando. Olharíamos as pessoas lá embaixo, casais apaixonados, e ficaríamos em silêncio, perdidos nos nossos próprios pensamentos. Você geralmente, iria dormir primeiro enquanto eu pensava na vida. Depois, eu iria dormir contigo. Você acordaria no meio da noite, para contar um sonho que teve e nós riríamos juntos. Te acordaria com o café na cama, ou com uma rosa roubada do jardim da casa vizinha. Você deixaria um recado sutil de amor na porta da geladeira antes de sair na segunda de manhã para visitar seus pais. Poderíamos até ter um cachorro, levaríamos ele para passear. Eu decidiria pintar a casa, e ela ficaria vazia, apenas com nós dois e nosso cachorro. Deitaríamos no chão e você perguntaria em que eu estaria pensando. Eu mentiria e te perguntaria o mesmo. Você mentiria. Você iria para a universidade todo dia de manhã, enquanto eu ia para meu trabalho de meio turno em uma empresa de sucesso. Eu, te amaria em silêncio. Você, também me amaria em silêncio. Em alguns anos, você estaria se formando e eu estaria no topo da carreira. E eu te levaria para jantar na Espanha e te pediria em casamento. Você aceitaria e eu seria o homem mais feliz.”

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