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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

“Finalmente caiu a ficha: acabou. Acabou como qualquer coisa que tem fim e simplesmente deixa vestígios e uma saudade imensa. Acabou como uma festa legal, que deixa a gente bêbado e morto de tanto dançar, mas que no final, dá gostinho de “quero mais”. Acabou como uma vida, assim, de uma hora pra outra. Sem motivos, explicações e sem nenhum arrependimento. Cada um pro seu lado e que sejamos felizes
. Seja com quem for. Caiu, finalmente, a ficha de que não existia mais nada entre a gente, e eu o olhei pelas costas, tentando desviar um olhar frustante de ódio, mas ao mesmo tempo, de amor. Era amor, mas não somos, não fomos. Era pra ser eterno, assim como ele tinha me prometido alguns meses atrás. Ele tinha um carro e me levava pra todos os lugares. Eu tinha um tesão imenso e o levava para as paredes. Ele tinha um carisma imenso e me levava a sorrisos. Eu tinha uma imensa vontade de viver e o levava para a vida. Ele tinha uma mão imensa que me levava a lugares que eu desconhecia. Eu tinha amor e isso levava a gente em frente. Mas acabou, assim como um texto acaba com um ponto enorme e preenchido de preto. Acabou, assim como uma foto é retratada e fica por isso mesmo. Acabou, assim como o meu salário do mês passado e o amor da minha paixonite do ônibus. Acabou, assim como a música que eu adoro, mas que só toca de vez em quando na rádio. Acabou, assim como todos os meus outros romances mal resolvidos que foram ralo a baixo. E eu me pergunto: por quê? Era pra ser assim, poxa. E foi assim. Mas foi uma pena constar que acabou tão rápido e de maneira tão fria. Acabou, assim como o amor que existia entre a gente. A gente levou nos trancos e barrancos. A gente viu que não ia dar certo. No meio do ano passado a gente brigou feio, mas decidimos levar isso pra frente.A gente brigava demais, e sempre víamos que isso não daria certo. Mantemos mas alguns meses e nada, até que caiu a ficha de que não existia mais nada. Não existia amor, compreensão, tolerância, relevância, carinho, saudade e sequer ciúme. Não existia. E, finalmente caiu a ficha de que não existia mais o “nós”, que desde sempre gritávamos pra quem quisesse ouvir todo o nosso amor. Eu era dele, ele era meu e a gente se pertencia como ninguém. A gente se entendia e se admirava em tudo. Desde as primeiras conquistas às aprovações em faculdades ou sei lá o quê. A gente se entendia mais que tudo, e tinha tudo pra dar certo. A gente sorria junto e se completava, a gente se matava mas a gente se amava. A gente era um do outro. Mas acabou, assim como esse texto vai ter um fim. Assim como o nosso amor teve um fim. Foi amor. É amor. Vai ser amor. Teve fim, e por mais que isso me doa, foi assim. Acabou. Era pra ser história de amor, mas acabou sendo uma história sobre o amor. A gente tinha tudo pra dar certo e morrer de amores, mas não deu. Cada um pro seu lado e felicidade. A gente se encontra num desses bares que sempre íamos. A gente se encontra numa confeitaria, livraria ou na cafeteria do shopping que você adora. Mas a ficha caiu. E eu, finalmente percebi que tinha acabado, assim como a emoção e a adrenalina de estar em uma montanha-russa. Acabou, assim como esse texto. Assim como os outros, assim como a gente. Mas foi terrível constar que tudo poderia acabar assim, sem sentimento, consideração e amor nenhum. Caiu a ficha, e o amor acabou, pela centésima vez, como esse texto.”

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