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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ela conseguia fazer todo o meu tipo, juro, juro mesmo. Cara, eu não chegava a pensar duas vezes para dar um puta abraço naquela menina. Aqueles olhos, os olhares. Aquela boca, os beijos. Ela conseguia também colocar borboletas em meu estômago como ninguém conseguia há muito, muito tempo. As mesmas borboletas que viviam atrapalhando os meus estudos, é, são elas. Aquela menina conseguia me fazer arrepiar por inteiro apenas por dizer uma ou duas palavras estúpidas. Conseguia me tirar uma risada fácil, fácil mesmo. Ela era totalmente o meu estilo: gostava dos Beatles, curtia Pink Floyd, Los Hermanos e Legião Urbana. Sinceramente, acho que foram poucas as vezes que ela me percebeu em algum lugar, seja olhando para o nada e pensando em tudo ou, simplesmente, por me notar mesmo, por se preocupar de alguma forma. Ela adorava bagunçar todo o meu cabelo, adorava contar piadinhas decoradas, desabotoar minhas blusas, rabiscar todos os meus cadernos. Cara, eu me perdia naqueles traços, naquele corpo. Seria loucura se eu sonhasse em ter algum futuro com ela, loucura. O que chamaria atenção em um idiota que vaga os corredores escolares nos intervalos e que admira uma menina feito cachorrinho apaixonado? Ah, me poupe. Eu era todo desengonçado, mas conseguia tirar um sorriso daquela garota em qualquer dia e em qualquer momento. Ela deveria gostar de mim. Digo, não “gostar” de estar apaixonada, mas quem sabe como amigo. Amizade já seria uma boa, um bom começo. Ela era tudo, se tornou tudo. Ela conseguia tirar o meu fôlego com um simples beijo no rosto. Quando estávamos distantes não havia outra coisa além de pensar nela. Amor: ô palavrinha que fode com a nossa vida. Ela não saberia sobre minha paixão, mas seria uma mega loucura. Sempre toda certinha e sem maquiagens pelo rosto inteiro. Cara, eu me amarrei totalmente. Quem não se amarraria? Deveria ter outros trinta meninos de olho nela também, óbvio. E, de trinta, ela não escolheria a última opção (eu), escolheria? Não, não. Ela era ela, a tal garota que eu escrevia todos os dias, a garota em que eu pensava todos os dias. Cheguei a comentar com os meus pais sobre uma primeira namorada. Eles ficaram alegres pra caralho. O filho mais velho, totalmente desleixado e errado, com uma menina inteligente, bonita e, que se daria muito bem comigo. Eu acho. Ela era o meu tipo por completa, a dona dos traços perfeitos. Ela era ela, mas éramos só amigos. Só a-m-i-g-o-s.
Lucas Guerrero 

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