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quarta-feira, 24 de outubro de 2012


“Cara, era bom… Eu gostava sabe? Gostava de jogar tudo pro alto e ir te ver. Gostava do gosto do seu beijo, do gosto do seu abraço apertado, do cheiro da sua roupa que ficava na minha. Sinto falta, de você, dos momentos, das palavras, das promessas, das risadas. Faz falta, faz saudade, faz chorar, faz amor, faz raiva, faz… me fez. Me fez apaixonar, amar, querer. E me faz lembrar, e lembrar me faz chorar, e chorar me faz perder o sábado anoite trancada em um quarto escuro e isso não é bom pra nenhuma adolescente. E se quiser vim, pode vim, eu ainda to aqui. É ruim, quando o orgulho separa duas pessoas mais que a distância. Péssimo. Chato, quando duas pessoas que já trocaram tantas confidencias passam uma do lado da outra, e nem um tchauzinho distante e um sorrisinho de lado. Nada. Passa uma pela outra, e abaixam a cabeça. Orgulho. Merda de orgulho. Acabou com tudo, sua versão da história toda inversa da minha. Você não quis correr atrás, e eu pensando que já tinha me humilhado demais. Isso acaba com qual quer tipo de relacionamento. E acabou com o nosso. Se aquilo chegou a ser um. Sempre paramos no quase, no quase amor pra sempre, no quase relacionamento, na quase paixão. Quase. Metades, ninguém vive de metades, como nos dois, sendo nos dois, iriamos conseguir? Ilusão. Você passa semanas sem dar notícias, e eu passo dias pensando que podia te ligar e dizer que você sumiu, mas prefiro ficar no nosso quase, novamente. E ficamos por isso. No quase.”
— Eu e você, sim, no singular. Letícia Lacerda. 

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