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terça-feira, 9 de outubro de 2012

“Me beija. Me beija pela última vez. Pra eu poder levar o teu gosto comigo. Pra ter o que recordar. Sei que tudo acabou, mas eu queria te beijar mais uma vez. Preciso te sentir mais um instante. Te tocar. Te amar. Pra deixar aquela saudade. Pra te deixar com vontade. Vontade de deixar meu gosto contigo. Pra teres o que recordar. Me beija, vai. Beija de verdade. Beija pra valer. Beijo eterno. Beijo selvagem. Beijo suave. Beijo saudoso. Beijo malicioso. Beijo escandaloso. Me beija pela última vez. Mas me beija e sai correndo. Vai embora logo. Vai, antes que o passado passe diante dos nossos olhos, como um filme antigo. Vai, antes que as recordações sejam fortes e tragam à tona os nossos velhos sentimentos. Vai, antes que a gente faça besteira. Vai, antes que a gente perceba que estar longe é brincadeira. Vai, antes que eu me desespere. E te diga o que não devo. Vai, sai correndo. Mas antes me beija. Me beija como a gente nunca se beijou antes. O beijo do tchau. O beijo do adeus. Beija logo…antes que vire o beijo do recomeço, do volta pra mim, do ainda te quero. Beija, vou deixar a porta aberta. Beija e, antes que eu abra os olhos, sai por ali. E fecha a porta.”
Clarissa Corrêa.

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