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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Com o coração apertado e com os olhos ainda mais pra conter as lágrimas, peguei meu amor e fui embora. Dei um adeus com gostinho de até logo, esperando que ele me pedisse pra ficar. Nunca quis ir, mesmo que uma vez ou outra ele me fizesse chorar baixinho no meio da noite. Minha ida foi esperando que ele implorasse a minha volta. Esperava que ele me pegasse firme pelo braço e me prendesse ali, esperava que ele sentisse falta antes mesmo de eu precisar ir. Eu precisava ter certeza de que era amor. Eu precisava ver que ele precisava de mim. Não vi. Não senti amor nenhum. Nada. Ele aceitou a minha ida como quem se livra de um fardo pesado – ufa, to livre. E eu tava livre, sem querer estar. Podia até jurar que senti um empurrãozinho leve nas costas pra me dar mais impulso pra andar mais rápido – foi o único esforço que ele chegou a fazer. Eu fugi da gaiola esperando que alguém me procurasse. Ninguém procurou. Acho que era mais fácil comprar um passarinho novo.
Teca Florencio.

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