"Desculpa te dizer isso agora, assim, do nada. Mas eu não vou te ligar. Afinal, foi o fim pra mim, pra você, não foi? Então. Você pediu que eu te ligasse hoje, exatamente este horário 02:30am. Eu disse que ia ligar, mas desisti. Desisti antes que desse apenas uma chamada, você atenderia e eu começaria a te dizer tudo que eu ainda sinto e vou continuar a sentir. Pode ser que agora você está pensando ‘’ Você ainda me deseja.’’ Mas não, eu não te desejo, acho que já passou disso. E é pior o que eu sinto hoje, é pior sentir saudade de uma misera lembrança, é pior ter que assumir que ainda existe paixão. Mas é pior mentir pra mim também não é? Porque é horrível escutar I Won’t Give up sem cantar e sem querer ouvir a tua voz cantando também. É horrível não escutar você tentando fazer o som do instrumento, é horrível lembrar que você não vai mais escutar essa música e vai se imaginar comigo. Mas o pior de tudo é eu voltar atrás.Por isso eu esqueço e continuo dizendo: Não vou te ligar. Não hoje, nem amanhã de manhã, nem amanhã de noite e nem depois. Eu não quero mais, não quero quebrar minha corrente que vai viver sem você, não quero mais ser fraca. E mais uma vez: Desculpa. Desculpa porque eu já to tentando te substituir. Digo, não com comida. Nem com filmes, nem com roupas, nem com músicas. Mas sim com pessoas. É. Pessoas do gênero masculino, o mesmo gênero que o seu. E como se não bastasse, ele é diferente. Pois é, tá feliz? Tá feliz porque eu não consegui achar alguém tão melhor que supere você? Tá feliz porque ele veio me deixar em casa mas não deitou na minha cama? Tá feliz porque eu fui idiota pensando que alguém pode te substituir? Pois é. Mais uma vez, ponto pra você. Porque ele é bonito, tem o nome bonito, é divertido, mora perto da minha casa, a mão dele até encaixou bem com a minha, mas ele não é você. Ele não gosta de assistir futebol em casa, ele não gosta do mesmo time que você, e também não gosta do nome que eu daria aos meus filhos (ou seja, nossos filhos. Ou seja, nossos ex futuro filhos.) Não sei. Não sei mais. Só sei que eu não liguei pra ele também, e não liguei pra minha amiga contando todos os detalhes, contando que tem que ser só você e mais ninguém, não contei. Não fiz drama, não chorei. Apenas cheguei em casa, joguei a bolsa no sofá e fiquei com a minha companhia: Filme. Assisti três filmes até amanhecer, e juro que não preguei o olho. Porque o celular estava do meu lado todo instante, e seu nome ainda era o primeiro da agenda, eu me recusei a não ler as mensagens que permaneceram ali. Eu li, reli, li mais uma vez, reli pra confirmar. E eu tive apenas uma certeza ao ler pela ultima vez: Pode passar um ano, mas se eu lembrar das nossas lembranças é um sinal que eu ainda não te esqueci e não te tirei do coração. Era a primeira mensagem que você me mandou. E desculpa pela terceira vez, mas eu não vou mais te ligar. Eu vou correr, vou correr até a tua casa, e vou assumir que ninguém pode ser melhor que você. Porque afinal, eu sou fraca. Sou fraca quando se trata de você."
— A culpa é toda sua. — Jess