Páginas

quinta-feira, 12 de julho de 2012

“Acorda um pouco pra vida, garota. Nem que pra isso você precise cair da cadeira, bater a cabeça em algumas paredes ou de um pouco de água fria. Aliás, água fria até seria bom pra você esfriar essa cabeça tão quente, tão cheia; de amar, de querer, de sentir falta. Cresce um pouco, garota. Engole o orgulho, o medo, o passado. Se desprenda um pouco desses detalhes, dessas lembranças, dessas agonias. Se livra um pouco de si mesma se é isso que te faz doer. Levanta um pouco mais tarde, dorme um pouco mais cedo. Beba mais água, deite em camas diferentes, experimente outros gostos, garota. Pare de sofrer demais, de sonhar demais, de pedir demais. Espere, desenrole-se um pouco. Desprenda-se. Chega de se sentir assim, garota. De se sentir pouco. Abre um pouco mais os olhos, sinta outros cheiros. Porque você é tão grande, garota, mesmo achando que não. Você encanta e desanda um pouco de tudo, e devia ter tanta fé; mas, às vezes, você some, garota, some dentro de si mesma no meio de tantas marcas. Então acorda, garota. Acorda que o tempo não parou.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário