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quinta-feira, 10 de novembro de 2011


─ Oi.
─ Oi.
─ Posso sentar aqui?
─ A praça não é minha. A vida é tua.
Ele se senta.
─ Dia díficil, é?
─ Talvez.
─ Como?
─ Talvez.
─ Não. Digo, como assim? Talvez?
─ Gosto dessa palavra. Uso quando não quero responder ao que perguntaram.
─ Ah.
Ela deu um sorriso sarcástico.
─ Aposto que se eu fosse ele, sorriria pra mim.
─ Ele quem?
─ O cara que você ama.
─ Não amo um cara.
─ Eu sei que ama. Eu te entendo.
─ Hum. Sofre também?
─ O que?
─ Digo, sofre por amor também? Que nem eu?
─ Não… Por amor não. Pela falta dele, talvez.
─ Talvez?
─ É. Gosto dessa palavra. Uso quando não quero aceitar os fatos. Aprendi com uma menina a uns minutos atrás. Ela tem um sorriso lindo.
─ Como sabe do sorriso dela? Ela nem sorriu.
─ Eu aposto nisso. Ela ainda vai sorrir pra mim.
─ Acho díficil, ela tá tendo um dia díficil.
─ Eu não.
─ Ah, então ela te desafia.
─ E eu desafio ela a começar tudo de novo.
Ela olha pra baixo.
─ Oi, posso sentar aqui?
Ela sorriu.
─ Viu, eu disse.
─ O que?
─ Que você tinha um sorriso lindo.

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