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sexta-feira, 18 de novembro de 2011



Dançava sorrindo aquela garota, sorria como se nada mais importasse ou como se o mundo fosse acabar naquele momento. Com um copo de vodka na mão e um sorriso nos lábios ela dançava. Todos os caras a desejavam, como era linda aquela garota, todos queriam tê-la nem que fosse por alguns momentos. Afastou-se da pista de dança e foi comprar uma bebida. O bar estava lotado, vários caras queriam pagar uma bebida pra ela, e puxar assunto e quem saber ter uma noite espetacular com a garota mais desejada da festa.
— Posso lhe pagar uma bebida?
Ó céus, ela reconheceria aquela voz em qualquer lugar, seja lá quanto tempo já tivesse passado, teu coração parou e suas mãos tremeram. Não poderia ser, com tantas festas rolando numa noite de sábado eles tinham que estar logo na mesma? Respirou fundo e olhou para trás.
— Olá, como vai?
— Eu poderia dizer que estou bem, mas não estou.. depois que a gente terminou tudo o que faço é pensar em você, é querer você pra mim.
— Já fui tua um dia e tu não me deu valor, por que daria agora?
— É como dizem por ai… só damos valor depois que perdemos. Eu sinto muito, de verdade, se você me desse outra chance eu faria tudo ser melhor e…
(ela o interrompe)
— Não, não tem como.. tarde demais. Eu sempre lhe disse que me cansaria de ser sempre a boba da história, e nem acreditar nisso você acreditava. Quando brigávamos, você vinha em festas como essa e pegava as garotas mais lindas, enquanto eu.. eu estava em casa, vendo filmes românticos e chorando por você. Aquela garota doce e meiga, mudou completamente, ela cresceu. E agora é tarde demais pra você tentar salva-la.
— Mas eu estou arrependido, penso em ti desde a hora em que acordo até o adormecer, penso em ti durante meus sonhos também, você não sai da minha cabeça. Desculpe-me se eu não dei o valor que você merecia, mas eu juro que darei se me der outra chance. Antes tu era tão certinha, tão sonhadora, tão meiga.. e olhe agora o que se tornou. Uma fora de regras, da tua boca saem palavras hostis e desagradáveis, sinto falta daquela tua voz meiga falando coisas carinhosas ao pé do meu ouvido. Olhe essas roupas que tu anda vestido, cadê aquelas tuas blusas grandes e seus shorts desbotados? Ó, eu lhe destrui.. acabei com aquela doce menina que conheci, desculpe-me meu anjo.. tu sempre mereceu mais do que eu tinha a lhe oferecer. Mas de alguma forma sinto, que por trás dessa menina descontrolada que tu se tornaste ainda existe aquela garota do sorriso meigo por quem eu me apaixonei. Talvez seja tarde demais pra voltar atrás, mas ainda assim suplico-lhe outra chance.. vou dar o melhor de mim dessa vez, eu prometo. Por favor, olhe pra mim, tu ainda me ama eu vejo isso em teus olhos. Dê-me mais uma chance por favor.
— Amar? Amar com o quê? Tu destruiu meu coração, as pessoas sentem com o coração, e depois que você destruiu o meu sou incapaz de sentir quaisquer coisa por ti, ou outro alguém.
— Não, não diga isso por favor.. sinto tanto a tua falta. Dê-me mais uma chance, só uma, e eu faço tudo ter valido a pena.
— Segunda chance? Foram incontáveis chances que eu lhe dei, e tu desperdiçou cada uma delas, eu tenho uma vida e vou vivê-la. Foi bom ter te reencontrado, adeus.
Pegou a tua vodka e voltou para a pista de dança. Dançou a noite toda, dançou e bebeu pra esquecer. E ele? Ficou lá, babando por ela, sofrendo por ela, sabendo que ela já fora completamente dele um dia, e ele nunca a deu o devido valor. Os papéis foram trocados, ela agora vivia sorrindo e ele sofrendo. Se ele a amava? Mais do que qualquer outra coisa. Se ela o amava? Hipocrisia falar que não, porque o amava sim, amava-o demais, porém amava mais ainda a ela mesma. — Im-previsível ‡

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