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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Mas que mal tem? Eles são apenas amigos. 
Ele a liga. 
— Loira? 
— Oi moreno.
— Tá em casa? 
— Não, tô na festa. — Ela ri. 
— Porra, eu falei que ia pra sua casa hoje. 
— Eu sei idiota, eu tô em casa. 
— Cara, só te socando a cara. 
Ela ri. — Para de reclamar, tá aonde? 
— Saindo de casa. 
— Mano, vem logo. 
— Daqui duas horas tô ai, loira. Não sou teu vizinho, moro longe. 
Ela desliga sem dar tchau, para ela, duas horas eram pouco para se arrumar. Ela corre para o banho, mesmo sendo apenas seu amigo, ele mexia com ela. Ele liga para ela umas cinco vezes e ela não atende. Ele fica preocupado, continua a ligar e ela atende.
— Tá aonde?
— Você que me responde, tá aonde? Te liguei umas mil vezes, mano. 
— Tava no banho, idiota. 
— Já tô chegando, desce.
Ela desliga, desce e o espera. Como de costume, ele já trazia um filme, idiota por sinal, mas um filme que ela gostava. Ele preferia o de ação, mas levou o de romance. Mas tudo se encaixava quando ele lembrava da ideia de assistir com ela. Ele chega, a beija no rosto, a manda carregar sua mochila e pegam o elevador. Ele como já era de casa, liga a televisão, enquanto ela pegava os travesseiros e um único cobertor. Ele abre o armário da cozinha, pega a pipoca, coloca no microondas e vai até o banheiro pra se ver no espelho. Ela pega dois pares de meia, um de sapinho e outra de princesa e vai em direção á sala. Ele a encontra no caminho e a beija no pescoço.
— Me assustou. 
Ele sorri. — A pipoca já tá pronta. 
— Toma sua meia. 
— Vai querer suco? 
— Peguei cinco travesseiros, quer mais? 
— Não tem chocolate não?
— Embaixo das barrinhas de cereais. 
— Ótimo esconderijo. 
— Já te dei a meia?
— Já, loira. Cadê o pote de colocar pipoca?
Ela o olha. — Desde quando não sabe onde fica?
— Desde que a sua empregada muda de lugar as coisas. 
— Trouxe que filme? 
— Sei lá, peguei qualquer um. 
— Não sabe o nome? 
— Não, mas é de romance loira. 
Ela sorri. — Vem logo então, chatinho. 
Ele vai até a sala, deita ao lado dela no chão, se enrola no cobertor, a puxa para mais perto, aperta play e fica em silêncio. Eles ficam em silêncio por alguns minutos, o filme já havia começado. Ele a olha e sorri. 
— Que foi?
— Nada, loira. 
— Tava com saudade.
— Eu também.
— Agora quietinho, vai começar. 
— Mas já começou. 
— Fica quieto. 
Ele ri, fica em silêncio. Mais tarde, ela o olha. 
— Não tô conseguindo ver o filme. 
Ele sorri. — Viu? Por isso não me importo de escolher o filme, eu sei que não vou ver. Vem cá, loira. — Ele a puxa, a posiciona sentada em cima de suas pernas e a beija. 
— Mas e o filme? 
— Deixa pra depois, loira.

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