Ele chorou, eu chorei, eu disse umas besteiras tipo não-estou-nem-aí ou você-ainda-vai-me-procurar, ele me jogou coisas, me xingou de fracassada, que o meu romance era só um álibi para que eu pudesse fazer merda nenhuma da minha vida. Eu disse que não ia mudar, eu não sabia ser nada diferente, nada que o fizesse se re-apaixonar por mim. Eu era isso, só isso, e pronto. Não sei ser humana. Quando as verdades saem da boca contaminadas de frustrações íntimas, negatividades, sentimentos de vítima e julgamentos crueis, não adianta, ferrou com tudo. Acabou. Na hora, eu quis perguntar se tinha algo a ver com outra pessoa, mas quando estão nos abandonando ninguém nunca menciona nome de terceiros, sempre dizem nada ter a ver com outras pessoas, como se não existisse mais ninguém na cabeça. E três semanas depois já estão num relacionamento sério, segundo alguma rede social que você precisará suicidar seu perfil se quiser passar os dias como um cidadão com os batimentos cardíacos moderados e operacionais. Foi o que aconteceu, depois que eu abri passagem. Eu não sei se ele queria que eu lutasse ou não, mas agora tanto faz. Sinto saudades, dói um pouco, mas estou mais interessado em mim. Ando curiosa e preciso saber. Quando há sol e você tem um monte de gente pra conversar, fica fácil de suportar.
- Gabito nunes
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