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sábado, 28 de abril de 2012

Mas sempre tem alguém, seja leve como uma brisa ou forte como um tornando. Sempre tem alguém. Alguém que mesmo depois de tanto tempo, a presença ainda te incomoda. Te faz baixar a cabeça e se perguntar o que raios está sentindo. Parece que nunca passa, mas todo dia passa. Alguém que tu superou, mas ainda continua caminhando embaixo da tua pele porque foi amor. É amor. Sempre vai ser amor. Mesmo depois de todas as mentiras, de toda a dor infligida, as memórias nunca mudam. Tu continuas te lembrando do lado bom quando uma música toca, alguma piada é feita, alguma história é contada. Tu dá um sorriso fraco porque sabe o quanto queria poder partilhar isto com esta pessoa, mas ela já está longe. E quando o nome dela é mencionado, nunca há o que falar, porque já não se pode mais falar o quanto a pessoa é bonita, o quanto tu gostavas do jeito que ela passava as mãos no cabelo, ou como o sorriso dela iluminava teu dia. Ou então ser amargo e dizer que detestava a mania irritante de sempre querer ser superior, o jeito que os dentes da frente pareciam ser grandes ou qualquer coisa depreciativa. Na maior parte do tempo é silêncio porque te corroí por dentro. Dói perder alguém porque nos acostumamos com a presença da pessoa, pegamos as manias e memorizamos as preferências delas. Lembramos todos os dias de como a voz dela soava, de como o perfume dela grudava em tudo, do riso contido que costumava nos fazer rir, e dói. Dói porque não volta, não importa o quanto a gente queira. Dói porque no fim, as memórias boas sobrepõem as más, nos deixando com vontade de ter mais, e mais, e mais. A gente nunca se satisfaz, porque perto o suficiente, nunca é perto o suficiente. Em um momento ou outro tu vai querer a pessoa de volta, não porque tu ainda goste dela, mas porque tu ama ela e quer ter a chance de reviver tudo e isso… isso não vai acontecer. Tudo é sempre melhor no início, e depois que muda, permanece igual, não importa quantas vezes você reinicie.

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