Ele me despertava uma vontade louca de ser só dele e de mais ninguém. Eu sabia que era burrice, que o que a gente tinha era aquilo e pronto – o típico casinho pra suprir a carência um do outro, nada mais. Mas eu insistia em desejar o sobrenome dele em segredo e me pegava frequentemente imaginando eu e ele rindo sentados no sofá com o pai e a mãe dele me olhando com cara de aprovação. O amor platônico nu e cru. A mulher que virava menina numa simples colisão de olhar – e que olhar, eu jurava que ele me decifrava por inteira. Eu simplesmente esquecia que ele não era o tipo de cara certo pra gente sentir borboletas no estômago – mas eu sentia borboletas, mariposas, beija-flor e até mesmo vaga-lume. Não dava pra controlar. Na verdade, eu não queria controlar. Queria ele e ponto final. Queria ele como o ponto final da minha vida de relacionamentos chatos e conturbados. Era impossível, eu sabia. Mas não aceitava. Porque é que o cara errado nunca pode virar o cara certo? Pau que nasce torto nunca se endireita, mas se a gente usar um pouco de força da pra desentortar, né? Ou será que quebra de vez?
Teca Florencio.
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