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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Somos obrigados a nos ver todos os dias. É engraçado. Por mais que o tempo tenha passado, as coisas tenham tomado outro rumo, o sorriso de canto de boca e a vontade de estar perto, não mudam. Relutei pra não escrever mais nenhuma linha sobre você aqui, porque sempre prezei o respeito e sei que criaria problemas. Mas não vou enganar, não é fácil. Não é nem um pouco fácil ter que te encarar durante grande parte do meu dia, e não poder ser eu mesma. Às vezes te pego me olhando do nada, meio sem jeito, e penso em como era tudo há poucos meses atrás. Sempre tive a segurança e liberdade de agir como achava que devia, mas com você eu fico sem jeito. Não sei por que não sai da minha cabeça a ideia de que não parou ali. Talvez pela maneira como tenha sido interrompido, talvez pelo bem que a gente se proporcionava, tão sem compromisso e ainda assim tão ligados um no outro. Acho que foram os momentos mais intensos que passei na vida. É irônico, como tudo que a gente faz ou fala. Uma daquelas histórias que vou poder contar pros meus netos e dar um sorriso lembrando o quanto era especial. Você me tirou do abismo na hora em que eu mais precisei de alguém pra segurar minha mão. E segurou firme. Segurou de um jeito que me prende até hoje, e que talvez por isso, eu não consiga ficar tão próxima do jeito que gostaria. É fato que não podemos ficar muito perto um do outro, e acho que a gente tem uma boa noção do perigo. Ao mesmo tempo em que essa distância me incomoda, me alivia de certa forma. Embora não pareça, sempre prezei seu carinho de um jeito diferente. Lembro das vezes que ouvi você dizer que eu me achava muita coisa pra você, pelo simples fato de eu não dar confiança e aceitar suas decisões de primeira. Se você soubesse o quanto me despedaçava por dentro, não abriria a boca. Se você tivesse um pouquinho de noção do quanto me encantou, de uma forma que tenha me feito abrir mão de tudo pra ficar com você, como nenhum outro conseguiu, entenderia minhas reações. Talvez seja esse o motivo da distância. Quando algo é importante demais pra gente, às vezes é melhor deixar lá quietinho, sem nenhum arranhão, pra não dar a chance de ninguém estragar. Hoje você me disse assim “pelo menos você aprendeu alguma coisa comigo”. E é verdade, aprendi sim. Mas mais do que todas as lições que você me ensinou, a principal foi essa: querer ver quem a gente gosta feliz, independente de como ou com quem quer que seja. E quer saber, ganhar seus sorrisos sinceros todos os dias já me é suficiente.
Carolline Vieira

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