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quarta-feira, 8 de agosto de 2012


E no fim da aula a única que restou na sala de 38 alunos foi eu que estava terminando de fazer uma redação. Na verdade eu estava enrolando pra ficar sozinha já que ficou bem quando estou em silêncio, fico melhor ainda quando estou só. Mesmo o professor estando na sala, mas ele estava tão quieto enquanto corrigia as outras redações que nem fez a menor diferença. Então naveguei nos meus pensamentos e estava finalizando uma redação sobre o primeiro beijo.
E na ultima linha escrevi “ o primeiro fora muito bom, mas os últimos foram mais quentes e melhores .” Finalizei com um risinho no canto da boca já imaginando a gargalhada do meu professor de redação. Ele sempre dizia que eu tratava o mundo com uma realidade intensa e tratava as pessoas com o meu humor ácido por isso me adora tanto, “era raro nos adolescentes de hoje dia” dizia ele sorrindo pra mim.
Enfim terminei minha redação e entrei ao meu professora que estava corrigindo as outras redações e resmungando sozinho.
— Professor, o que houve? - Olhei-o tentando achar respostas, mas no fim já o sabia que houve.
— Houve que seus colegas de classe são estafemos. - Ele riu.
Entreguei a minha prova a ele e já virara as costas.
— Já estou indo, ultima aluna a sair da sala é terrivel.
— Má fama minha querida, má fama. Até terça-feira cherry.
— Até meu querido!
Sai  da sala então entrei no imenso corredor que me levaria a saida da escola, enquanto ia passando na frente de umas das salas havia uma porta aberta e com umas das lampadas acesas. A curiosidade foi maior, fui ver o que tinha de errado naquela sala. Quando entro na sala vejo Pedro, sentado mexendo no seu celular quando ouviu o som que fiz ao entrar me olhou e sorriu.
— Demorou na prova viu, como consegue tão lerda garota?
— Pronto achei meu erro.
— O quê? Não entendi.   - Ele me olhou e fez uma careta, ficou ainda mais lindo, mas fingi ignorar. 
— Deixa pra lá, vou embora porque não estou afim de ficar perdendo meu tempo com você.   - Virei as costas e quando dei o terceiro passo, senti seu braço me segurar forte.
— Por quê você me trata assim? O que eu fiz pra merecer seu desprezo? - Ele me olhou com uma cara de cachorrinho pedindo abrigo e quase me rendi, mas fui mais forte.
— Você nasceu Pedro é simples! Agora me larga que já é tarde e já passei do horario do meu almoço.
Me soltei e comecei a andar no corredor em direção a saída e ouvindo aquele silencio que me corroía, ouvi umas vozes conhecidas chegarem. Eram os amigos dele, passaram por mim e disseram oi então e foram em direção a ele. De longe ouvia risadas, uma conversa paralela, mas não consiguia entender sobre o que se tratava já estava longe demais.
— LAIS! Espera um pouco.   - Ele corria em minha direção.
Virei pra ele e o olhei, também os amiguinhos todos olhando em nossa direção esperando o que vinha pela frente.
— De novo Pedro? Já não disse pra me deixar em paz? Qual o seu problema?
— Você!
— Ah sério? Então estamos quites.   - Sorri pra ele.
— Para de ser irônica Laís, você ainda não percebeu que o meu problema é não te ter pra mim? É não poder chamar você de minha? Meu problema é que eu não posso te ligar pra dizer que tenho medo de perder você? Meu problema é que você finge não ligar pra mim, mas no fundo sei que gosta de mim tanto quanto eu. Se você não gostasse de mim não deixaria eu fazer isto. - Ele sorriu pra mim.
— Isso o quê idiota?
Ele me calou com um beijo.
                                                               - Liz Mariane ( Mentira Confortável )

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